Raquel Vieira da Cunha
Foto do acervo da Academia Paulista de Psicologia
Raquel Vieira da Cunha em foto do acervo da Academia Paulista de Psicologia
RAQUEL VIEIRA DA CUNHA (1918/1996)
(Texto de Marcos Alberto da Silva Pinto – JUNHO DE 2003)
Naturalizada brasileira, Raquel Vieira da Cunha nasceu em 1918 em Berlim na Alemanha.
Realizou sua formação nos Estados Unidos na Universidade de Harvad em Psicologia (1940) e seu curso de especialização em Psicologia Infantil (1942) no Merril Palmer Institute em Michigan. Em 1945 recebeu o título de M.A. em desenvolvimento na Universidade de Chicago. Formou-se ainda em Técnicas Projetivas, Relaxamento, Abordagem Centrada na Pessoa e Gestalt Terapia em escolas do Brasil e exterior.
Evolveu-se em diversos trabalhos ligados a Gerontologia, sendo uma das pioneiras, fundando em 1979 no Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo o primeiro Centro de Gerontologia Social do Brasil, onde foi coordenadora até 1981.
Participou, em 1977, do grande Grupo de Encontro da Aldeia de Arcozelo no Rio de Janeiro, que contou com a presença de Carl Rogers e sua equipe vinda dos Estados Unidos, sendo uma das facilitadoras do encontro ao lado de uma equipe de trinta profissionais. Foi um dos membros convidados do Grupo de Estudos Avançados da Abordagem Centrada na Pessoa, coordenado por John Wood e Rachel Rosenberg. Envolveu-se ainda em uma série de eventos ligados a esta abordagem no Brasil e no exterior.
Colaborou na fundação da Sociedade de Psicologia de São Paulo (1945) e do Núcleo Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa em 1988. Ocupou a cadeira de número 27 da Academia Paulista de Psicologia de 22 de agosto de 1980 até a data de seu falecimento. Teve marcante contribuição para a regulamentação da profissão de Psicólogo em nosso país. Pertenceu a diversas associações profissionais, como a American Psychological Association, Association for Humanistic Psychology e International Association of Gerontology.
Pessoa ativa e de grande vivacidade, Raquel tinha além da paixão pela Psicologia, muito prazer na música na leitura e nos cuidados com seu jardim. Viveu intensamente até o final de sua vida, sempre buscando valorizar as suas próprias vivências. Em seus últimos anos, começou a dar grande importância a esfera espiritual, principalmente as influências orientais e as tendências místicas, passando a se envolver e a realizar diversos cursos nestas áreas.
Foi casada e mãe de dois filhos.
Raquel faleceu em 22 de setembro de 1996, aos 78 anos, em Washington nos Estados Unidos, ainda ativa, trabalhando em seu consultório particular atendendo adultos e idosos.
Não deixou muitas obras escritas, no entanto, deixou grandes marcas ao longo de sua história, com boa parte dela dedicada a Psicologia, a Gerontologia e a Abordagem Centrada na Pessoa.
Referências:
CAMPOS, R.H.F. (2001) (Org.). Dicionário Biográfico da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: Imago/Brasília: Conselho Federal de Psicologia.
CUNHA, R.V. (1994). O esforço individual para envelhecer bem. Revista A Terceira Idade, 8, 39-41.