Adriana Coscia Graner de Azevedo Marques
*Trabalho apresentado no XXIV Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo/2003.
Objetivo:
Avaliar os pacientes que chegam ao Pronto Socorro, com queixa de dor no peito e mal estar, relacionando às mesmas com fatores emocionais.
CasuÃstica e Método
Foram acompanhados no perÃodo de Outubro de 2001 Ã Outubro de 2002, 47 pacientes entre 30 e 50 anos. Destes, 17 eram do sexo masculino.
O atendimento foi realizado através dos pressupostos teóricos da Abordagem Centrada na Pessoa, que visa estabelecer uma relação de ajuda, no sentido de facilitar condições para o indivÃduo compreender o que a dor representa para ele.
PrincÃpios da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)
Empatia;
Acolhimento do paciente;
Escuta da dor, mobilizando para a busca da compreensão de seu problema emocional;
Tendência Atualizante, capacidade natural do indivÃduo de se auto dirigir no sentido de seu crescimento.
Tendência Atualizante na ACP
O psicólogo irá buscar a melhor forma de ajudar o paciente e seus familiares respeitando este princÃpio, onde acredita-se que as pessoas possuem um movimento interno dinâmico em busca da melhor maneira de lidar com os seus sentimentos e dificuldades.
Doença:Dor PsÃquica X Dor Orgânica
A doença faz parte e se inter relaciona não só com o corpo fÃsico, mas também com o contexto relacional e as atitudes do indivÃduo consigo mesmo e frente à vida.
A doença pode se desenvolver como resultado de algum tipo de excesso-fÃsico, emocional e/ou mental.
Doença: Dor PsÃquica X Dor Orgânica
Como a doença se instala num momento de crise ou transição, esta serve como oportunidade de mudança e crescimento, de ultrapassar antigos padrões e condicionamentos, e de expressar-se de modo mais aberto e direto no mundo.
Doença: Dor PsÃquica X Dor Orgânica
A doença surge como um alarme, mostrando ao paciente, que de algum modo ele não respeitou os seus limites e as suas necessidades.
A doença se for representada como uma perturbação da harmonia, ela ocorrerá primeiro na consciência e, depois, se concretizara no corpo.
Doença: Dor PsÃquica X Dor Orgânica
O sintoma vem a ser a manifestação da perda do equilÃbrio interno da pessoa.
É necessário ouvir o sintoma e entender o seu significado.
Doença: Dor PsÃquica X Dor Orgânica
A saúde não corresponde apenas a ausência de distúrbios fÃsicos, mas a uma maneira saudável de estar e se expressar na vida.
Para muitos pacientes que se sentiram subitamente perdendo a sua saúde, a doença lhes possibilitou o contato com suas necessidades, alcançando a partir dela, uma melhor qualidade de vida.
Doença:Dor PsÃquica X Dor Orgânica
A doença não é um problema unicamente fÃsico, envolvendo também os aspectos emocionais e mentais.
Dor PsÃquica
A escuta do psicólogo, possibilita ao paciente entrar em contato com experiências dolorosas e estressantes, ajudando- o a perceber o significado que ela lhes atribuiu, de acordo com suas crenças.
Dor PsÃquica
Focalizando estas experiências e examinando suas crenças o paciente poderá dar novos significados a esses eventos, percebendo outras maneiras de lidar com e responder a elas.
Desta forma, a energia que havia ficado retida naquelas experiências, interferindo negativamente em sua saúde, volta a fluir, ajudando a restaurar o funcionamento do organismo.
Dor PsÃquica
A cura da doença envolverá mudanças afetando a sua vida como um todo. E caberá ao paciente ser o agente dessas mudanças, e ele só poderá executá-las a partir do seu próprio processo de conscientização.
Resultados:
Através do atendimento psicológico constatou-se que os pacientes puderam entrar em contato com sua história de vida, seus problemas emocionais e consequentemente com sua dor.
A percepção da dor fez com que o paciente visse a necessidade dela ser cuidada e valorizada, pois ela traz desequilÃbrio e sofrimento ao corpo.
Resultados
Dos 47 pacientes atendidos, 65.95% dos pacientes foram encaminhados a Psicoterapia, pois compreenderam que a dor era psÃquica.
Conclusão
O psicólogo ao escutar o sofrimento que apareceu como dor, possibilitou aos pacientes falarem sobre suas representações, demonstrando que à medida que a dor é expressada, aumenta a experiência e compreensão sobre ela, fazendo-os perceber que podem buscar alÃvio para suas dores emocionais.