Textos

Experiências de um Ludoterapeuta Centrado na Pessoa.

Cíntia Bortolotto Almeida

*Artigo entregue a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como parte integrante da avaliação do Estágio Curricular em Psicologia Clínica.

Resumo
O presente artigo pretende apresentar minha prática como ludoterapeuta embasado na Abordagem Centrada na Pessoa. Esta experiência compôs meu estágio curricular de psicologia clínica, sob supervisão do Instituto de Psicologia Delphos. Os atendimentos ocorreram na Instituição Estadual Vida Centro Humanístico. Através da prática descrevi os pressupostos que embasam o trabalho com ludoterapia centrada na pessoa, propostos por Axline (1984), exemplificando-os. Além disto, este trabalho tem como finalidade expor o caminho que percorri durante este ano de estágio, as aprendizagens que adquiri e o desenvolvimento de minha capacidade de ser congruente, empática e de aceitar incondicionalmente o cliente, atitudes básicas de um psicólogo humanista à luz da Abordagem Centrada na Pessoa. Com o decorrer desta escrita, pude perceber que o êxito do trabalho nesta abordagem dependerá do desenvolvimento do próprio terapeuta, de seu autoconhecimento e sua autenticidade, o que permitirá ao mesmo estar livre para o contato genuíno com o outro.

Palavras Chaves: ludoterapia; abordagem centrada na pessoa; prática clínica.

Abstract

The present article intends to present my practical as therpist based in the Person Centered Approach. This experience composed my curricular period of training on clinical psychology, under supervision of the Instituto de Psicologia Delphos. The attendance had occurred in the state institution Vida Centro Humanistico. Through the practical I could describe the prerogatives that bases the work with play therapy centered in the person, considered for Axline (1984), and explain them. Moreover, this work has as purpose to show the way that I walked during this year on this training, the learnings that I acquired and the development of my capacity of being coherent and to accept unconditionally the customer, basic attitudes of a humanist psychologist through the light of the Person Centered Approach. With elapsing of this writing, I could perceive that the success of the work in this boarding will depend on the development of the therapist, his self-knowledge and his authenticity, what will allow the therapist to be free for the genuine contact with the other.

Words Keys: play therapy; Person Centered Approach; practical clinic.

Os gregos acreditavam que o famoso oráculo de Delfos era capaz de lhes dizer coisas sobre seu destino… No templo de Delfos havia uma famosa inscrição: Conheça-te a ti mesmo! (Gaarder, 1995, p.67).

O presente artigo tem como finalidade, apresentar de forma teórica e prática, minhas vivências como ludoterapeuta embasado na Abordagem Centrada na Pessoa. A prática declarada advém de meu estágio curricular em psicologia clínica, o qual foi realizado com o aporte do Instituto de Psicologia Delphos e através de uma parceria deste com o Vida Centro Humanístico, onde ocorreram os atendimentos. Os atendimentos foram oferecidos gratuitamente aos usuários da instituição, em sua maioria crianças, e a comunidade local. Durante o decorrer do artigo, serão comentados alguns atendimentos, nos quais a identidade dos clientes foi preservada.

A ludoterapia centrada na pessoa leva consigo os pressupostos humanistas. Tambara e Freire (1999) relatam que uma das características essenciais desta teoria é a não diretividade. Isto significa que o cliente, na relação de psicoterapia, é quem tem melhores condições de dirigir o processo, selecionando dentre as suas vivências aquelas que necessitam ser trabalhadas e resignificadas. Desta forma, o terapeuta não vai atrás de nenhuma informação, não realizando entrevistas de anamnese.

Segundo Rogers (1983) existem três condições básicas para que se crie um ambiente facilitador para o cliente. São elas: a congruência, a aceitação positiva incondicional e a compreensão empática.

A prática dos atendimentos veio a demonstrar que os pressupostos acima são essenciais e suficientes para que o cliente perceba o ambiente terapêutico como cálido e acolhedor, sentindo-se aceito e compreendido em sua singularidade, vindo a expor o que temos de mais íntimo: nosso próprio eu.

Ao iniciar o estágio, o primeiro passo de minha caminhada foi a montagem da sala. Em função de o Vida Centro Humanístico atender principalmente crianças, tive que refletir sobre uma sala de ludoterapia, o que isto representava e quais matérias deveria conter. Como fruto deste exercício de pensar sobre a ludoterapia conclui que se trata de uma alternativa de aproximação ao mundo da criança, fazendo com que aquele espaço torne-se menos ameaçador.Tendo em vista que o brinquedo é um instrumento terapêutico importante, a sala de ludoterapia deve dispor de diversas opções, possibilitando que cada criança encontre seu meio de expressão.

Dorfman (1992) relata que, geralmente, a criança é trazida à terapia devido ao fato de ter desagradado ou preocupado algum adulto. Desta forma, raramente chega ao encontro terapêutico com desejo de auto explorar-se. “Ela se lança nessa experiência singular do mesmo modo que penetraria em outras novas experiências – amedrontada, entusiasmada, cuidadosa, ou de qualquer outra maneira que lhe seja típica em sua reação ante situações novas”.( Axline, 1984, p.68).

No caso de meus atendimentos, as crianças eram encaminhadas pela equipe técnica do local, sendo em sua maioria aquelas crianças com problemas disciplinares e com uma vida familiar complicada, sendo rotuladas como ‘crianças problema’.

Para melhor percorrer meu caminho como ludoterapeuta, utilizarei os oito princípios básicos da ludoterapia, propostos por Axline (1984). Tais princípios nortearam minha prática e minha compreensão sobre o trabalho com crianças à luz da abordagem centrada na pessoa.

O primeiro princípio descreve que “o terapeuta deve desenvolver um amistoso e cálido relacionamento com a criança, de forma que logo se estabeleça o ‘rapport’”. (Axline, 1984, p.71). Esta atmosfera dar-se-á através das atitudes do terapeuta, de sua congruência, sua compreensão empática e sua aceitação incondicional para com o cliente.

Dorfman (1992) complementa ao colocar que “uma relação em que a criança se sente sinceramente aceita e respeitada, apesar de seus defeitos, parece ajudar esta capacidade latente de auto desenvolver-se se tornar manifesta” (p.315).

De uma forma generalizada, as crianças compareciam ao primeiro atendimento com muita desconfiança, pois além do desconhecimento do que seria este espaço de terapia, demonstraram uma certa confusão daquele momento com os diversos outros que passavam dentro da instituição. Para que a atmosfera terapêutica se estabelecesse foi necessário demonstrar que naquele momento elas não seriam julgadas e que não apresentava caráter punitivo, fazendo com que tivesse que exercitar bastante minha empatia e aceitação às crianças.

De acordo com Axline (1984) é fundamental que se estabeleça um bom rapport, onde um contrato seja firmado. Combinações essenciais de tempo, espaço e sigilo devem ser realizadas no primeiro encontro, e retomada sempre que necessário. Por se tratar de um estágio, as entrevistas foram gravadas e transcrita, necessitando de aprovação do cliente para tal.

A combinação feita em relação ao sigilo mostrou-se especialmente importante nestes atendimentos em função de acontecerem na mesma instituição que as crianças freqüentam todos os dias, pois do contrário seria demasiadamente ameaçador falar de si próprio neste ambiente. Logo abaixo há um trecho do primeiro encontro com um de meus clientes, no qual pode-se visualizar o contrato.

T: Oi.

C: Oi.

T: Meu nome é Cíntia, sou estagiária do Instituto Delphos e vou ser tua terapeuta.

C: Hahm.

T: Nós temos 50 mim juntos, se começamos às 10:30 hs, termina às 11:20hs. Neste horário, neste espaço tu fazes o que tu quereres, se quiseres pintar, brincar, mexer nas coisas, conversar, ou não fazer nada. Eu te acompanho.

C: Hahm.

T: Como sou estagiária, preciso gravar os nossos encontros para levar minhas anotações para supervisão, na Delphos. Gostaria de saber como fica para ti eu gravar nossos encontros.

C: Tudo bem.

T: Bem, tudo que acontecer aqui, tudo que nós conversarmos, fica entre nós. Eu tenho sigilo quanto ao que nós conversarmos aqui.

C: Hahm.

Neste trecho é possível observar que coloquei à ele as combinações contratuais logo no início, para que posteriormente não venha a interromper seu caminho. Estas combinações serão feitas com um linguajar adequado, de forma que permita ao cliente entendê-las, e sempre que necessário serão retomadas.

Axline (1984) coloca como segundo princípio da ludoterapia a aceitação da criança exatamente como ela é. Isto transparece nas atitudes do terapeuta, através de uma postura firme, calma e amigável. É importante ressaltar, também, que o terapeuta não deve julgar as atitudes do cliente.

A prática clínica demonstra que o não julgamento das ações, nem positivamente, nem negativamente, é um dos grandes diferenciais da relação terapêutica na medida em que não demonstrando expectativas sobre o cliente, o mesmo passa a se sentir aceito e confiante na pessoa do terapeuta.

Alguns clientes, num primeiro momento, tendem a esperar um julgamento, desafiando o terapeuta. Estes momentos foram-me de extremo crescimento, pois foi com eles que senti necessidade de aperfeiçoar minha aceitação e empatia pelo outro. Com o desenrolar dos encontros e com minhas aprendizagens pessoais, pude não me sentir mais desafiada, aceitando o sentimento de estranheza do cliente.

Esta aceitação nos remete ao terceiro princípios da ludoterapia, o de estabelecer a permissividade. Axline (1984) descreve que a hora da terapia é a hora da criança, sendo ela quem escolhe o que fazer durante este espaço de tempo e que o terapeuta a acompanhará.

A disposição dos materiais na sala é de fundamental importância quando se fala de permissividade, estes devem estar à mostra, e não guardados em algum armário fechado. Desta forma, a criança pode escolher sozinha, estimulando sua autonomia na medida em que não necessita da ajuda do terapeuta para encontrar o que deseja. Ao montarmos a sala, tivemos o cuidado para que nada ficasse inacessível ao cliente, ou escondido.

Dorfman (1992) afirma que “a crença do terapeuta é de que a decisão da criança é mais benéfica do que a realização efetiva desta atividade” (p.316).

A experiência demonstrou-me que para esta permissividade ser terapêutica ela deve estar de acordo com os sentimentos do terapeuta. Por vezes passei por situações que permiti ações as quais me deixaram muito ansiosas, e pude analisar que de nada serviram para que o cliente se sentisse aceito, pois o mesmo percebeu minha incongruência. O terapeuta deve sempre ser congruente e autêntico em relação às suas ações.

De acordo com Axline (1984), quando a criança expressa sentimentos negativos ou violentos o terapeuta deve aceitar e refletir os sentimentos, e não necessariamente a ação. Complementando, Dorfman (1992) expõe que uma das coisas que uma criança vivencia na ludoterapia é que há formas de descarga aceitáveis para seus sentimentos, não sendo necessário negá-los. Desta forma, a ludoterapia constitui-se em uma experiência socializante para a criança.

O reconhecimento e a reflexão dos sentimentos da criança compõe o quarto princípio da ludoterapia. Axline relata que “o terapeuta fica em alerta para reconhecer os sentimentos que a criança está exprimindo e os reflete de maneira tal que possibilite, a ela, uma visão interior do seu comportamento”. (p. 91).

Este princípio deixa claro o quanto o terapeuta deve estar atento as atitudes do cliente e aos sentimentos expressos durante a terapia. Axline (1984) atenta sobre as diferenças entre reconhecer e interpretar os sentimentos. Descreve que toda vez que traduzimos comportamentos simbólicos em palavra estamos, de certa forma, interpretando. Todavia, o terapeuta centrado na pessoa deve evitar ao máximo interpretar, e quando o fizer que a resposta inclua o simbólico utilizado pela criança.

Complementando, Silvia (1995) nos coloca que interpretar implica em não ouvir o outro de forma empática, afastando-se da relação e visualizando o cliente como objeto. Em minha experiência pude perceber que a reflexão dos sentimentos, se feita através do simbólico, torna-se não ameaçadora ao cliente, podendo proporcioná-lo um ‘insight’.

Complementando os cuidados que o terapeuta deve ter em uma sessão de ludoterapia, Axline (1984) descreve o quinto e sexto princípios básicos. O primeiro refere-se ao respeito e a crença que o terapeuta deve ter na capacidade da criança solucionar seus próprios problemas, sendo o mesmo responsável por suas escolhas. Desta forma, o terapeuta não deve indicar o caminho que julga melhor, mas sim acreditar no potencial da criança de encontrar suas próprias soluções. Isto vem ao encontro do sexto princípio, o qual descreve que “o terapeuta não tenta dirigir os atos ou a conversa da criança, de maneira alguma. É ela quem o faz. O terapeuta a acompanha”. (Axline, 1984, p. 111).

Na prática de meus atendimentos pude perceber que mudanças no comportamento possuem algum valor somente quando forem resultado de algum ‘insight’, sendo inútil encontrar alternativas para as crianças. Além disto, atitudes tutelares como estas demonstram descrença na capacidade das forças de crescimento do cliente, podendo vir a lhe passar a idéia de que é incapaz. Ao invés de querer amenizar seu sofrimento e seus problemas, o que só gera dependência, o terapeuta deve seguir seu caminho, dando-lhe aporte e confiança para que expresse suas necessidades, podendo vir a achar suas próprias respostas.

Silva (1995) ressalta o quinto princípio como um dos principais na medida em que a condição básica para ser um psicoterapeuta da Abordagem Centrada na Pessoa é acreditar incondicionalmente no cliente. O terapeuta deve ter para si, como princípio de vida, a crença na tendência atualizante.

O sétimo princípio descrito por Axline (1984) complementa os dois anteriores ao relatar que a terapia é um processo gradativo, o qual não deve ser apressado pelo terapeuta. Na medida em que o terapeuta segue o caminho percorrido pela criança deve esperar por seu tempo, não forçando que reconheça algo que seu self não está preparado.

Os encontros terapêuticos mostraram-me que cada criança possui seu próprio tempo para poder expressar seus sentimentos. Até este momento, estão se familiarizando com o ambiente e com o terapeuta, formando um vínculo e estabelecendo confiança para com o mesmo. Querer apressar este tempo significa não aceitar os sentimentos e o desejo do cliente, além de transparecer uma expectativa pessoal, fazendo com que este se sinta julgado a estar ou não correspondendo a última. Com isto, acaba por retardar o processo, pois estas atitudes põem em risco o vínculo com terapeuta.

Durante os atendimentos tive uma vivência de ter interrompido o silêncio do cliente, desviando-o de seu caminho. Esta atitude acarretou em um declínio na confiança do cliente em ser aceito da maneira como se coloca, sendo necessário um certo tempo para que o vínculo fosse retomado. Com esta experiência aprendi a controlar minhas próprias expectativas para com a terapia, além de perceber que a criança demonstrará aquilo que está pronta para vivenciar, sendo que o restante fica resguardado de sua própria dificuldade de lidar com certos sentimentos e fatos de sua vida.

Por fim, o oitavo princípio da ludoterapia refere-se aos limites necessários para que a terapia não se distancie da realidade. Axline (1984) refere que os limites estabelecidos são aqueles que se fazem necessários para a criança situar a terapia no mundo da realidade e para que tome consciência de sua responsabilidade neste ambiente.

Silva (1995) ressalta que o limite do tempo e o espaço como fundamentais para que a terapia seja percebida como inserida no tempo e espaço da realidade. Sempre respeitei o tempo de 50mim da terapia, sendo esta informação parte do contrato inicial. Ocorreu-me o caso de um cliente sempre pedir um tempinho a mais, nesta situação refletia sua vontade de que tivesse um tempo a mais. Sentindo-se compreendido, o cliente ia embora, sem termos ultrapassado nosso tempo.

Outro limite importante é quanto a integridade do cliente, da terapeuta e dos materiais da sala. Quanto a isto, Axline (1984) relata que este limite deve ser trabalhado somente se houver necessidade, pois do contrário pode reprimir o aparecimento de sentimentos negativos e desejos de agressões, e na terapia não há limites para a expressão dos sentimentos, somente a ações.

Em um de meus atendimentos a questão dos limites ficou muito clara, visto que a queixa que trouxe a criança à atendimento era justamente limites. Este cliente sempre demonstrou muito interesse em futebol, e certo dia decidiu jogar bola dentro da sala de ludoterapia. Refleti a ele este sentimento, mas percebendo que aquele brincar poderia feri-lo ou trazer-me problemas com a instituição devido a quebra de vidros dei-lhe o limite de jogar a bola somente rente ao chão, o que era possível naquele espaço. Depois de um certo tempo, na mesma sessão, criou outra maneira de brincar com a bola, de forma que não trouxesse-nos riscos.

Durante outro encontro, o cliente convenceu-me a jogar bola fora da sala. Aquela sessão deixou-me extremamente confusa, fazendo com que não estivesse autêntica naquela atitude de aceitação. Ao refletir sobre este dia, percebi que o que estava acontecendo era que o cliente estava expressando na terapia toda sua dificuldade de lidar com limites. Sendo assim, percebi a necessidade de trabalhar estes limites com esta criança.

Com este caso podemos pensar na necessidade de o terapeuta oferecer permissividade ao cliente, mas não deixar de estabelecer limite, quando se fizer necessário. Axline (1984) relata que a ludoterapia deve ter o mínimo de limites possível, possibilitando a livre expressão do cliente, mas sempre de forma a manter a terapia no mundo da realidade. Dorfman (1992) ressalta ainda que “os limites têm valor positivo, porque conferem alguma estrutura à situação terapêutica” (p.299).

Vindo ao encontro de Dorfman (1992), acredito que a definição dos limites da terapia irão variar de acordo com a capacidade do terapeuta de continuar a aceitar incondicionalmente o cliente de forma autêntica e congruente.

Conclusões

Através da descrição dos princípios da ludoterapia é possível ter uma real percepção de como se procede a prática do psicoterapeuta centrado na pessoa quando em atendimento de ludoterapia e no que se baseia a última.

A utilização da ludoterapia no atendimento de crianças justifica-se por aproximar o terapeuta do mundo do cliente, fazendo com que ele possa expressar-se de forma livre, através do brincar. Esta prática vai ser embasada de acordo com os princípios gerais que norteiam qualquer intervenção sob o enfoque humanista da Abordagem Centrada na Pessoa. As atitudes básicas do terapeuta de congruência, empática e aceitação incondicional do cliente devem estar presentes, bem como a percepção destas atitudes pelo último.

Os atendimentos que vivenciei durante este ano de estágio puderam clarear e dar sentido a bibliografia na medida em que os pressupostos humanistas e os norteadores da ludoterapia centrada na pessoa foram vivenciados intensamente.

No decorrer dos atendimentos pude aperfeiçoar minha capacidade de ser empática, congruente e de aceitar incondicionalmente o cliente. As supervisões foram essenciais para que pudesse dar-me conta de minhas dificuldades e aprender a superá-las. Neste sentido, gostaria de agradecer ao Instituto de Psicologia Delphos pela atenção e pelo comprometimento, pois, às vezes, é difícil caminhar sozinho, e quando nos sentimos acompanhados esta estrada parece menos sinuosa e perigosa. Assim como na psicoterapia, a supervisão no início de nossa vida profissional exerce o papel de oferecer um suporte e de um auxílio para que possamos dar-nos conta de algo que ainda nos é confuso.

A experiência de ser terapeuta de acordo com a abordagem centrada na pessoa clareou-me que o êxito desta função não está unicamente em leituras e estudos, mas principalmente em seu desenvolvimento pessoal, podendo desta forma estar livre e autêntico para o contato genuíno com o outro, vindo a realmente aceitá-lo incondicionalmente.

Referências Bibliográficas

AXLINE, Virginia. Ludoterapia. Belo Horizonte: Interlivros, 1984.

DORFMAN, Eliane. Ludoterapia. In Carl R. Rogers. Terapia Centrada na Cliente (p.268-317). São Paulo: Martins Fontes, 1992.

GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

ROGERS, Carl R. Um jeito de ser. São Paulo: EPU, 1983.

SILVA, Sueli Dias. Da Ludoterapia Não-diretiva à Ludoterapia Centrada na Pessoa: Reflexões: à luz da prática clínica e do desenvolvimento da Abordagem Centrada na Pessoa, sobre os “Oito Princípios da Ludoterapia Não-Diretiva” propostos por Virginia Mãe Axline. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Formação em Psicoterapia Centrada na Pessoa) Instituto Sedes Sapiense. São Paulo: 1995.

TAMBARA, Newton, FREIRE, Elizabeth. Terapia Centrada no Cliente: teoria e prática: um caminho sem volta. Porto Alegre: Delphos, 1999.

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